sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Na volta desta coluna, conteúdo que escrevi para uma matéria do site Undersound no início deste ano, em breve vou preparar material inédito, mas hoje vamos falar de Mudanças repentinas no estilo de som.

Essa é a grande pergunta que me faço quando escuto muitas bandas da cena independente brazuca, é impressionante como podemos encontrar coisas boas e surpreendentes se tivermos a paciência de procurar.

Foi assim que fuçando por ali e acolá atrás de algo mais noventista e pesado que me deparei com algumas bandas que fazem diferente como o Diesel, banda que leva um grunge formada no ano de 1997 em BH, encabeçada pelo vocal Gustavo Drummond, o baterista Jean Dolabella e o guitarrista Leo Marques.

A trajetória dos caras mostrou que era possível sair algo além do metal aqui das terras tupiniquins, o Diesel era uma banda que fazia um som de qualidade fantástica, um pós grunge de primeira e foi ass1im que logo alcançaram o respeito na cena independente com seu Cd intitulado de DIESEL que rendeu mais de 2.000 cópias vendidas e a incrível oportunidade de tocar no Rock in Rio ao lado de Silverchair em 2001.

Após isso o Diesel embarcou para a gringa e começou a mudança, aqui no Brasil pouco se ouvia falar sobre a banda e na minha concepção os caras haviam desaparecido, soube apenas que Jean Dolabella o baterista havia saído do projeto e agora integrava as fileiras do Sepultura, assumindo a grande responsa de substituir Igor Cavaleira.

Me pego surpreso ao ver alguns anos depois a banda de volta ao Brasil e na MTV com o nome de Udora, Gustavo cantando melodicamente em português mas com uma pegada totalmente diferente do que era o bom e velho Diesel, era pop, com grandes indícios de Indie, da formação original só restará o guitarra Leo Gonçalves junto com o Gustavo.

Corri pára a internet e ainda encontrei um cd dos caras em sua época na gringa, intitulado de “Liberty Square”, já era diferente, menos cru, mas com as guitarras com aquele belo timbre do Diesel e os berros frenéticos do Gustavo, agora ver os caras hoje aqui no Brasil e emplacando hits na Malhação como a música “Quero te ver bem” e ainda dizendo que o Diesel “era uma época boa, mas sem fundamentos musicais” é realmente decepcionante.

Ouvi sim o álbum de retorno do Udora ao Brasil “Good Bye Alô” e não é um trabalho ruim, mas notamos seriamente mais do que uma mudança de comportamento musical ou amadurecimento, conseguimos observar o que o mercado e a fúria pelo sucesso faz com caras de grande talento, a industria banaliza as letras, suaviza os acordes, arranca a originalidade e muitas vezes a criatividade e liberdade de expressão dos artistas.

Existem diversos casos de bandas que estiveram lá em seu auge mas observaram o quão oportunista e sacana é ter alguém produzindo seu som e pedindo para mudar drasticamente a essência de seu som.

Gustavo Drummond garante que o que ocorreu com eles foi apenas um amadurecimento, outras influências e voltar a gostar de música brasileira, ainda afirma que hoje não daria mais para esperar um Gustavo com dois dreads vermelhos balançando sem parar em sua cabeça enquUdora (Leo Marques, Gustavo Drummond, PH, Debarry)  – 2006anto rasgava a guitarra e a garganta enfurecido para os fãs, “Isso foi bom, mas já passou”.

Insultado por muitos da época do Diesel que boicotam de qualquer maneira o Udora, a banda até que se da muito bem com essa situação e se defende dizendo que muitos que conhecem o Udora de hoje vão encontrar no som do Diesel só gritaria e raiva concentrada em acordes, o que não deixa de ser verdade para muitos.

Existe uma grande briga entre os fãs do Diesel e o pessoal que acompanha a atual trajetória pop do Udora, estes atuais fãs na maioria das vezes são os típicos indiscutíveis de música, “se ta na radio é porque é bom”, se manifestam em sites de relacionamento criticando uns aos outros e defendendo por mais que seja difícil de acreditar uma época diferente dos mesmos artistas.

A grande questão é que o Udora tem talento e é uma boa banda, mas é difícil de engolir esta mudança drástica em sua atitude. Viraram pop, querem vender, virar uma fabrica de hits e para muitos que ousam utilizar o termo, “se venderam.”

Volta e outra a banda toca um de seus antigos sons do Diesel sem perder o respeito pelo que já foram um dia e deixando claro que a proposta de hoje é realmente outra.

O gênero musical pós grunge aqui no Brasil tem pouca aceitação e outras bandas ótimas que possuíam essa pegada infelizmente tambem pararam no caminho sem explicação, um verdadeiro desperdício como é o caso de bandas como Gridare de São Paulo, Minerva de Salvador e Cyius do RJ, ainda é possível conferir seu som pela net, mas sem mais novidades.

Udora :http://www.myspace.com/udora


Para quem curtia Diesel:
http://www.myspace.com/gridare - Gridare myspace
http://www.myspace.com/minervanoise - Minerva myspace
http://.myspace.com/cyius - Cyius myspace


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