segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Fora do eixo: Resenha "Nonpoint" novo álbum "de sangue novo" aprovado !


Nonpoint é aquele tipo de banda que desde a primeira vez que você escuta se torna fã e seguidor confesso, foi bem assim comigo, conheci o som dos caras no final de 2008 baixando de curiosidade de um blog que respeito muito no que se trata novidades musicais, o "Rest In Peace".

Ouvi primeiramente o álbum Recoil e fiquei simplesmente encantado pela porrada com a pegada chicana que os caras faziam, com o tempo fui baixando toda a discografia, ouvindo música por música, me arriscando a tirar versões com minha banda e principalmente disseminando o som pra uma galera que curtiu da mesma maneira.

Fiquei aguardando por um novo disco ansioso e em 2010 ai estava o trunfo dos caras com o "Miracle", novo guitarra substtuindo o genial guitarra fundador "Andew Goldman" , participação de Chad Gray do Mudvayne, peso e por ai vai, mas sinceramente confesso que decepcionou um pouco minhas expectativas, desde então continuei na fé por um novo trampo e no ano passado descubro que o baixista fundador "KB" deixa a banda e leva junto "Zach Broderick", nessa altura fiquei realmente preocupado...

No inicio desse ano descubro que Elias e Rivera já estavam escalando um novo elenco de cordas pra completar a banda e entrar em estúdio pra gravar um novo álbum, os caras da banda Inn Cinema haviam sido escolhidos a dedo e já estavam prontos pra começar a trabalhar, ouvi o som dos caras e fiquei contente e com uma grande expectativa, ainda mais porque pela primeira vez o Nonpoint teria duas guitarras.

Agora meses depois pude enfim conferir este novo disco que chega auto intitulado e por uma boa razão, afinal acredito que a banda chegou em sua essência mais madura do que é o seu som, o trabalho esta simplesmente do caralho, pesadíssimo, bem trabalhado e o sangue novo na banda esta mais que aprovado!

"Nonpoint" é um trabalho que se pudesse definir em duas palavras seriam "pesado" e "completo", a primeira faixa "Lights, Camera, Action" mostra já todo amadurecimento vocal de Elias e apresenta para todos que a banda ainda esta lá, que a casa foi reformada, mas não mudou no espírito da coisa, o segundo som já vemos claramente as melhorias e assim se segue pelas duas singles já divulgadas anteriormente ao lançamento "Left For You" e "I Said It", esta tudo lá, efeitos, a voz em drive, o compasso marcadíssimo de Rivera e ainda mais completo com as novas cordas.

O Trio formado por Rasheed Thomas, Dave Lizzio e Adam representou extremamente bem o que todos esperavam, talvez o baixo do KB fosse um pouco mais destacado, porém as guitarras fazem muito bem o que o Andrew colocou como estilo de riffs da banda originalmente.

A coisa vai só melhorando faixa por faixa, o peso das composições também gradativamente aumentando, na  faixa 6, "Another Mistake" temos o que podemos chamar de no máximo "baladinha" do disco e olhe que ainda esta longe disso, na faixa seguinte "That Day" a distorção reina novamente e com guturais ainda mais caprichados que o Elias abusou e inovou neste novo trabalho, a pedreira segue até o final sem dar tempo de respirar, dando destaque também para minha predileta "Pandora Box" e para a afinação absurda atingida em  "Go Time" que lembra as primeiras músicas da banda, esta também acompanhada por excelentes backing vocals de apoio do Rasheed, que tem mais essa para somar a banda.

Na ultima faixa somos surpreendidos com a velha base de intodução do baixo, coisa que o Nonpoint sempre faz nos seus discos e que já estava quase acreditando que não rolaria nesse, a faixa "Ashes" que é uma tempestade musical encerra o álbum com maestria deixando aquela sensação de "Puta que pariu, que foda, vou escutar essa pedrada a semana inteira!"

Tirando a tradicional música em homenagem a raiz de Porto Rico da banda, cantada em espanhol, não faltou absolutamente nada, as duas guitarras encaixaram muito bem, existem até solos, o baixo é diferente, mas extremamente competente e pesado, Elias a cada ano que passa canta mais e Rivera continua excepcional!

Satisfeito.

NONPOINT - Nonpoint (2012)

Apenas isso, obrigado Nonpoint por mais um trabalho do karaleo, longa vida á nova formação !








terça-feira, 19 de junho de 2012

A verdade inconveniente - DEAD FISH

‎"Primeiro eles te dão um Estado, depois eles te dão um Governo, depois eles te dão uma Família, depois eles te dão uma Policia, depois eles te dão uma Gangue, mas você quer mudar tudo e resolve montar uma banda, porque o mundo precisa ser mudado, mas ai o tempo passa, passa e nada acontece e ai vêm o pior da história, você vai se tornar tão mentiroso, tão corrupto, tão gordo e infeliz como eles..."

Rodrigo - Dead Fish - 2005





E os anos se passaram e o que essa cara falou se tornou verdade, me deparo com este vídeo hoje no meio do expediente e encaixou como uma luva, tomei um verdadeiro tapa na cara, aqui estou eu sete anos depois contribuindo e sendo conduzido pelo mesmo sistema que sempre lutei contra, gordo e infeliz em grande parte.


Tenho muito o que agradecer logicamente, mas o erro é exatamente nossos sonhos e objetivos se tornarem atividades de lazer e segundo plano e nossa vontade de mudar ao mundo foi substituída simplesmente pela vontade de conseguir pagar todas as nossas contas no final do mês.

Por isso eu digo, NUNCA deixe de ser quem você é ou lutar pelo que você acredita!
Ame o que você quer fazer mais do que nunca e não desista...
È isso crianças...

Riccelli Adriel

Resenha: "Oceania" The Smashing Pumpkins: O novo álbum da abóbora que nunca é esmagada !

Posso dizer tranquilamente que "The Smashing Pumpkins" é uma das minhas bandas prediletas e de maior respeito, fui arrebatado nos anos 90 por diversas de suas singles e pude curtir na virada do século muitas das minhas fossas embaladas com seus clássicos como "Disarm" e "Mayonaise", alíás se tem uma música que possa simbolizar boa parte da minha transição da infância para o começo da pré-aborrecência este som sem dúvidas é "1979".

E me diz quem ainda não se revoltou ou quebrou alguma coisa ao som de "Bullet With a Buterfly Wings"

Um dos meus trabalhos musicais no qual mais me dediquei recebeu o nome de "Avadore" por diversos motivos, inclusive carregar uma certa referência aos Pumpkins do Billy Corgan, sim, falo desta forma apesar de admirar também imensuravelmente James Iha, D'arcy e Chamberlin, mas a grande verdade é que essa banda sempre foi em toda essência praticamente um homem só.

Logico que outros músicos dão sim o tempero e o caldo ao som, mas o que digo e afirmo de maneira absoluta após conferir o "Oceania" na integra é que apesar da saída do baterista Jimmy Chamberlin, o som que sempre conhecemos ainda esta ali, logicamente com uma roupagem dependendo do estado de espírito de Corgan, como foi a fase "gótica" de "Adore", a feliz do projeto paralelo dos Pumpkins "Zwan" ou até mesmo a de revolucionário a la American Idiot de "Zeitgeist" e o que encontramos nesse novo album é o que nós parece um estado de paz e tranquilidade, devemos bater sim palmas pois diferentes de muitos o líder dessa banda não desistiu e continuou sozinho o sonho que ainda acreditava.

Oceania não é tão espetacular quanto o seu predecessor Zeitgeist que marcou a volta da banda, inclusive nas paradas da Billboard após um hiato de mais de 8 anos sem novidades, o disco tem suas qualidades e passa uma mensagem totalmente diferente, é para ser curtido na calma, talvez não procurando exatamente ouvir uma "banda de rock" e não que isso seja uma crítica, é para quem procura "The Smaghing Pumpkins" e vai se surpreender ao acabar encontrando! A voz, as guitarras e as composições de Billy Corgan estão lá, um baixo delicado e competente da Nicole Fiorentino que substituiu a baixista Ginger do ultimo álbum e também já conseguimos identificar as guitarras características de Jeff Schroeder que enfim parece tomar seu lugar como guitarra da banda neste album e não só uma sombra de James Iha, vale ressaltar também a bateria de Myke Byrne que não impressiona e também não decepciona.

A faixa de abertura "Quasar" assusta e faz a gente se questionar se é mesmo o cd do SP, porém a coisa melhora na segunda "Panopticon" e você encontra o Pumpkins enfim no terceiro som "The Celestial" uma balada acústica/elétrica que Billy Corgan canta com emoção e mais uma vez perdemos um pouco do que conhecemos nas faixas decorrentes, substituídas por canções um tanto apáticas, mas que transmitem exatamente a sensação de tranquilidade que já relatei acima, em "Oceania" música que dá titulo ao album, o  trabalho começa a se tornar mais chamativo novamente e enfim temos mais um pouco do que já reconhecemos de longa data, até as imitações de backing vocals da D'arcy estão presentes acompanhando a melodia, talvez esta a faixa menos "desplugada" até então e que me recordou um pouco "United States" do disco anterior em seu fim.

Aliás,fica muito difícil resenhar este trabalho dos caras sem comparar ao disco anterior, afinal foi o marco de "retorno" da banda sem membros originais e ambos são absolutamente diferentes em teor de peso e proposta, após a faixa 9, o disco parece mudar de rumo e tomar outra vertente, é como se banda finalmente tivesse plugado as guitarras no amplificador, mais elétricas, animadas e com a cara da banda em boa fase, "The Chimera" ( Minha favorita do bolachão) , "Glissandra" , "Inkless" vão muito bem e abrem espaço para o som que fecha a obra "Wildflower" tradicional psicodelía repetitiva na voz de Corgan que casa muito bem com o clima do álbum se encerrando em fade out.

Como conclusões gerais, Oceania é um álbum para ouvir em um dia frio pra quem caça material inédito da banda, é de longe o seu melhor, nem supera seu anterior, porém não deixa de ser um trabalho bom, que começa devagar e vai melhorando de acordo com a sua degustação, acredite, na segunda audição se torna muito agradável  e causa o efeito de querer ouvir mais uma e mais uma vez !

O disco faz parte de um trabalho maior chamado "Teargarden by Kaleidyscope" uma coletânea de 44 músicas lançadas direto pela internet, porém Oceania tomou corpo e ganhou versão física como album!

Vida longa ao Corgan e sua persistência, a única abóbora que não se permitiu ser estraçalhada, a gente ainda fica na fé de mais uma reunião, apesar de saber que seria "impossível", então que prospere os novos "Punpkins"...

Ouça aqui - Oceania na integra !




segunda-feira, 28 de maio de 2012

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Fora do eixo: Resenha - "III" Novo álbum da "Eths"

Para bom entendedor de peso, dizer que esse disco esta pura violência refinada e exalando sensualidade bastaria, para quem ainda não conhece, garanto que de todos os trabalhos da banda francesa liderada pela pequena mas não tão delicada "Candice" é o melhor para iniciar a apreciação desse som.

Sim, sim salabim, Eths é uma banda francesa e que possui uma garota no vocal que sinceramente arregaça metade dos marmanjões guturístas desse mundão, o equilíbrio de um tom para o outro se mantém e ainda não faz ela perder o toque sexy que sua voz possui, ainda mais cantada na sua língua de origem.

Conheci o som dos caras ainda em 2004 pesquisando sobre som pesado e europeu, tive o prazer do Renatão do saudoso site Action Rock  me apresentar a banda, que tive o prazer de viralizar para meus amigos, principalmente com o som "Porquoi".

O "III" possui mais composições com letras editadas em inglês e mostra também o amadurecimento da banda na cena metal mundial, ou seja, eles se abrem para maiores influências e não perdem de maneira alguma seu toque natural, os riffs cavalados ainda estão lá, mas dividem também espaço com composições mais trabalhadas que equilibram mais também com letras mais cantadas que exploram a beleza da voz natural da vocalista, observamos isso em faixas como "Proserpina" que horas é bruta, horas tem passagens melódicas e eletrônicas chegando a um final de caos epopeico.

O novo trabalho também marca a volta do baterista original Guillaume que reassume o posto substituído por Morgan, que sempre cumpriu seu trabalho com excelência e nunca foi visto como substituto de qualquer modo.

Compassos menos acelerados e mais quebrados, presença de "eletrônico" também são encontrados neste álbum  que não vai direto pra martelada "come mente" e cria aquele tipo de assimilação mais fácil com públicos que gostam de peso e não são acostumados com "Death Metal", é bem por ai que Eths se distancia de vez da comparação com "The Agonist" e passa a se aproximar mais de "Kittie" e "Lacuna Coil", mas logicamente com um peso extremamente superior !

Que fique bem claro que Eths é muito mais que qualquer modinha "metalcoris" ou "deathplayboymetal" que estamos passando, na faixa "Hercolubos" vemos novamente o uso de eletrônicos bem explorados como no início da carreira do Korn e a presença dos famosos "breakdowns" popularizados nas modinhas, mas com muito mais classe.

Minhas faixas de destaque são "Adonai" que é minha predileta na versão em inglês, apesar de ter uma incrível versão original em francês, na faixa final "Anatemnein" temos os famoso suspiros da Candice no final do som que são de arrepiar o Brasil todo seguidos por uma brisa elétrica e uma passagem de violino, vale citar também "Inanis Venter" que é uma porrada só de tirar o pé do chão e moshar com demência na vó!

A versão limitada "Genesis" do albúm ainda traz uma excepcional versão de "Music" da Madonna!

Eths é simplesmente do caraleo, mantem o que poucas bandas conseguem, um estilo próprio, sem tropicalização forçada de outros países e que evolui na medida, deixando entrar somente influências que somam e não atrapalham seu repertório insano.

Provavelmente com este novo trabalho irão capturar novos apreciadores, pois na minha opinião apesar dos outros excelentes discos, este é o grande ponto de início e cartão de visita !

Digo também tranquilo que até agora o "III" do Eths foi um dos melhores bolachões "fora do eixo" de peso que ouvi este ano !

Tracklist:

‎1. "Voragine"
2. "Harmaguedon"
3. "Adonaï"
4. "Gravis Venter"
5. "Inanis Venter"
6. "Sidus"
7. "Proserpina"
8. "Hercolubus"
9. "Praedator"
10. "Anatemnein"
"Music" (Special Edition)










quarta-feira, 23 de maio de 2012

Joga esse som na minha orelha - The Gramophones ( Resenha Down By The Countryside )

Para voltarmos com nossa coluna vamos começar falando sobre a galera do "The Gramophones" que acaba de lançar seu primeiro disco "Down By The Countryside" pela internet, com todas as faixas disponíveis em sua página oficial do Soundcloud.

Meu primeiro contato com a banda creio que ainda se deu devido a outro projeto de integrantes do quarteto conhecido como "Projeto Caixa Preta", após ver os caras em diversos outras bandas de talento como o próprio Brunno Cunha tecladista com a "Pitty" e mais recente o Monaco com a Hellhound Syndicate ousei experimentar então o som refinado do "The Gramophones" e como falei propriamente para o Monaco, baterista da banda na minha primeira percepção, defino como "um puta som para passar um café, tragar um belo cigarro, relaxar e depois cair na estrada."

O álbum completo possui exatamente isso como tema de experiência para quem esta degustando o som, é literalmente uma pegada sonora voltado pro acústico, quase um folk, mantendo ali uma originalidade com letras em inglês onde muitas bandas brasileiras ainda não tinham arriscado, com uma das melhores qualidades em si que é a simplicidade, sem muito nhê nhê nhê ou pompa, cumpre com seu papél de libertar uma vontade de botar o som pra tocar na caranga e partiu mundão rústico.

Como influências que pude imaginar, posso citar Black Rebel Motorcycles e principalmente Blind Melon.

Um convite para viajar é a história que se passa na sua cabeça enquanto o bolachão toca, as minhas faixas prediletas são a de número 2 "Irish Coffe" que embala a melhor descrição sobre o som dos caras e também a de número 8 "Outta Luck" que já apresenta um pouco mais de peso e uma raiz de influência "stoner" e "pós-grunge" ainda não revelada até então nas outras faixas, com parte elétrica mais percebida, compasso mais marcado e a melodia de voz mais rasgada, vale destacar também faixas mais baladas pouco românticas como "Anna" e "Dear Young Jane", a hora de retirada é feita na faixa 6 que leva o título ao trabalho que possui uma letra brilhante sobre o verdadeiro "fugeri urben" que a arte dos caras quer provocar e finalizando com maestria na faixa 10 "Anyway" que me lembra muito "Johnny Cash" e me dá vontade de jogar poker tomando um whisky! Resumindo um trabalho do cacete!

The Gramophones consegue impor mais do que musicalidade em seu primeiro disco, eles conseguem passar sensações e vontades, é um trabalho de escape, de resgate e de boêmia refinada!

Recomendo mais que urgente você pegar uma SP-340, acender seu fumo de palha e curtir esse álbum com a maior paisagem campestre, se não der pegue um whisky, passe um café, relaxa na poltrona e ligue sua vitrola em casa para no mínimo uma viagem mental !









NO BERRO - Espontâneo é mais bonito.

A cena “underground” de hoje não é mais a mesma seria a declaração mais clichê e pontual para começarmos esta coluna que vós escrevo neste novo blog (Do Junin) e também para a volta do Snarf Mídia, chegarão então os eremitas de antemão e os protecionistas da nova vanguarda gerar o caos e incitar a discussão sem fim sobre novos tempos, falta de espaço, se esta mais fácil ou mais difícil e ainda mais, vão colocar a merda da culpa em cima de alguém, seja a mídia, os organizadores, as casas de evento, os selos, as produtoras, os políticos, as mães e o Brasil baranil do cacete à quatro!

 A grande realidade é que esses novos artistas chegando por ai, as tais novas bandas surgindo a cada dia na mesma medida como nascem mais fãs do Restart, estão seguindo uma nova forma de peregrinação e até mesmo maneira de encarar o ato de “fazer um rock” em si, tem muita molecada afim de tirar uma grana, muita rapaziada preocupada mais com a repercussão de seu estrelato musical do que com a arte em si, digo isso também de muita gente da antiga, que já barbudo e estarrecido passou a mendigar por público de maneira feia e abusada, caindo nessa do sistema abusivo que hoje não se trata mais de grandes cotas de ingressos a serem vendidos ou pagar alguém para desenvolver um “myspace” bacaninha, hoje a banda se queima lotando sua caixa de emails de spams de maneira desesperada pedindo voto para concurso daqui e dacolá, lembrando você a cada hora do dia que é hora de escutar (novamente!) o seu novo single de sucesso, ou até mesmo entrando em horas de discussão contigo de o porque faltar no aniversário de sua vó de 80 anos para colar em mais uma apresentação espetacular em algum rock bar xinfrim.

 Nesta altura do campeonato, caro leitor, você pode estar um pouco indignado com tudo o que eu coloquei em questão acima, porém chegarei exatamente no ponto que comprova a tal decadência e não apenas a velha rotina de todo rockista que tem banda na luta de conquistar seu sonho em prol da arte e de um mundo melhor, ou ao menos mais “hardecori”…

 Não estou aqui para falar que é errado utilizar das novas mídias sociais ou ferramentas tecnológicas de comunicação para divulgação, mas a pegada esta ficando cada vez mais artificial e incisiva, antes mesmo de você acompanhar pela sua “linha do tempo” do Facebook o lançamento de uma single e até mesmo já ler a notícia sobre um concurso aonde alguma banda da sua região que correu contigo participa e precisa de votos, lá esta ela toda pirilampa lhe pedindo para votar, ouvir, digerir, escutar, analisar e até mesmo se masturbar em prol de seu reconhecimento…

 Divulgação sempre existiu, no meu tempo por fotolog, email, icq, flyer presse e olhe lá, mas para você conhecer e curtir o trampo, era necessário bem mais que um simples click, você tinha que colar em um bar e curtir ali na cara do palco o som dos caras, em seguida do show cumprimentar os rockistas e trocar enfim páginas do “Tramavirtual” em busca de mais informações, o contato e a interação rolavam de maneira mais natural, as bandas se conheciam além da internet, que por mais que seja um veículo facilitador acaba hoje podando uma pá de gente talentosa de chegar no seu merecido lugar e coloca por fim devido a essas novas interações, um bando de zé trolha do rock em uma posição “confortável” porque o Zé da banda Badalhufas que toca na 89 ( a de mentira!) “curtiu” o vídeo dos caras que esta nas redes ! Vamos crescer folks !!

 O rock foi feito para ser suado, para dar sangue e principalmente para se expressar e se divertir com a música, desde que uma tchurminha que tocava nos principais picos “underground” passou a ascender na cadeia alimentar musical sem esforço, abriu-se uma porta que jamais seria imaginada para quem décadas atrás tinha uma banda de garagem e mandava suas demos para os bares e rádios locais, porém essa passagem ficou sem filtro e qualquer garoto de leite com pêra que levasse uma cambada para os shows, tivesse mil seguidores nas redes sociais e centenas de clicks em seu som, estava pronta para trilhar uma caminhada de sucesso e em breve estrear no Top 10 da MTV (Dá para acreditar?) O sistema em si ficou falho já faz tempo, porém a grande questão é, até quando as bandas irão se imbecilizar e seguir essas regras!?

 Até quando mendigar horas na internet em busca de um click, sendo que por muitas vezes o cara sequer ouviu seu som ou conhece seu trabalho, mas fez volume na sua votação!?

 Antes de dizer que o Brasil não dá valor a cultura e a arte (o que por parte é verdade e culpa da sociedade também.) é preciso se auto-valorizar, saber a importância do seu trabalho, do seu som, para ser trocado por um sistema numérico ao invéz de uma opinião sincera de um amigo, ou por muitas vezes mais sincera ainda de alguem apresentado gentilmente ao seu trampo e interessado de verdade em conhecer sem insistências via Inbox, email, twitter e por ai vai!

 A gente pode perder ai uma grande oportunidade de sermos verdadeiros conosco e ter 100 pessoas que existem na realidade e curtam o nosso som, ao invés de 2000 que sequer sabem como começa o acorde da sua single de trabalho ou o gênero de vosso som.

 A gente precisa ver.

 Se é espontâneo fica mais bonito!

 Fica ai a dica a quem interessar e o toque doa a quem doer.


terça-feira, 22 de maio de 2012

Back To School - De Volta.

Seguinte, na minha vida toda sempre falei o que penso e menosprezei censuras impostas pelas pessoas e meios de convívio, ninguém nunca me impediu de me expressar, nem a pessoa que me deu a luz, nem a mulher que mais amo, nem a pessoa que mais respeitei e tenho como base de valores e nem nenhum professorzinho de merda.

 Isso não vai começar a acontecer agora, que fique claro para as pessoas com quem vivo, que eu trabalho e luto a cada dia com a maior dedicação, não tenho duas ou sete caras na hora de berrar, sou o que sou na mais sincera das boas intenções, aceitem isso, nunca fui um cara de ganhar honras ou méritos por meus talentos ou reconhecido e apoiado pelo que faço ou sonho fazer, mas julgo tal forma de ser, como a maior das minhas atitudes perante a uma sociedade tão engasgada e cheia de farsa.

Sempre fui o mais bulinado da turminha, minha infância em colégio foi longe de ser fácil, engoli sapo atrás de sapo e inclusive choro atrás de choro para não apanhar ou ser mais azucrinado, foi uma constante luta, até conseguir provar meu lugar lutando contra a maré e chegando ao meu posto de uma pessoa respeitada ou popular ou o que seja...

 Consegui isso somente não deixando mais transparecer minhas fraquezas e enfrentando aqueles que se sentiam capazes de subjugar o próximo, durante muito tempo, quando já era alguem até simpático, tirei sarro de mim mesmo em prol da harmonia e da felicidade dos outros, fui um bom palhaço até chegar no meu limite, tem horas que o ser humano, mau por natureza, passa do humor para a falta de respeito fácil.

 Hoje após amadurecer, me tornar realmente uma pessoa com ideais quase incorruptíveis, passei a respeitar o próximo como ele é, defender os meus e mostrar a maior devoção e interesse a aqueles que estão ao meu lado, jamais poderei exigir que façam o mesmo por mim, porém é a maneira como encaro o "correto".

 Sou um cara extremamente sincero, não sou de ficar guardando palavras para depois, me incomodou toma na lata, essa postura agressiva (talvez plenamente defensiva) foi criada pra rebater qualquer tipo de puxa-saquismo, não sou a favor disso, se estou com você, é simplesmente porque você de algum modo criou um laço de afeto, de respeito e de cumplicidade comigo, mantenho sempre minha boa educação, mas não espere cordialidade na hora de falar a verdade, falo o que vier na cabeça, não guardo nada, por muitas vezes já me destruí assim e me reconstruí mais forte, mais sincero e até mesmo mais tranquilo enfim.

 Sou realmente um cara um tanto resmungão, crítico e intolerante, são defeitos adquiridos por ter essa cabeça dura e esse costume de não ter papas na língua, mas também serei sincero ao extremo contigo e pode ter certeza, se eu já bati de frente contigo por algo me incomodar ou simplesmente não concordar, é que com toda a certeza quis ouvir a sua opinião e sua réplica, ou seja, você é importante e tinha a necessidade de saber sobre isso, não sou de me esconder, vim aqui pra falar mesmo o que muita gente esconde, mente e ludibria, sou humano, erro, cago, respiro, amo e principalmente sinto, mas durmo sempre com a cabeça tranquila de não esconder monstros internos dos meus próximos.

 Estou de volta, pois escrever é mais que uma necessidade ou uma atividade, é uma forma de ser mais transparente pra si mesmo e para o mundo !