![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-YBQ1oeJThEzmhpQjADaGuAA0vK1IUTgv3WRSpYI033s70ueXnfWaTXfiSLPUv_cmNRy1_egluE54BTUs2tuM6AaGDLo9DZrkufD3pS7Sy8tf3JWs68tagmaD79DKKRYRQcm3IwexVdw/s320/vamosfalar.jpg)
E vamos a continuação da coluna
Vamos falar de... "Máfia do underground", hoje se aprofundando sobre os picaretas e o mercado, lembrando que esta é a segunda parte de uma matéria que escrevi originalmente para o site
Undersound , encerrando aqui as republicações de minhas colaborações por lá e a partir do mês que vem já entrando com assuntos novos, recline-se na poltrona e enjoy!
O rock. Ah! O prazeroso som das cordas elétricas, a batida conduzida dos pratos e a indescritível sensação de estar nos palcos cantando aquela composição feita com tanta dedicação.
Quantos músicos sabem exatamente do que estou falando e quantos ouvintes são privilegiados com o trabalho destes caras, tudo muito bacana e se possível dizer divertido.
Depois que as cortinas se fecham existe um mundo bem sujo por trás do universo dos que arriscam a se lançar neste mercado saturado onde nascem mil bandas a cada dia.
Bom mesmo seria se todas estas novas empreitadas musicais tivessem qualidade para estar ali ou simplesmente alguém que desse o suporte necessário para chegar em algum lugar.Pode parecer um desabafo piegas de alguém que já foi ludibriado por algum picareta que dá o título a esta matéria, mas muito pelo contrário, mais uma vez repito que estou dos dois lados da moeda, sou produtor e durante muito tempo toquei nos palcos "underground's" da vida.
Hoje, para se obter o sucesso não é necessário nem saber afinar seu instrumento ou soar alguma nota, tendo um “paitrocínio” ou a grana suficiente você, em meses, pode estar com sua single na rádio.
A grande pergunta é, isto é culpa de quem produz, quem toca ou apenas de quem consome um material tão inaudível e sem conteúdo algum?
Parece um grande repeteco, bandas coloridas, com o mesmo penteado, mesmo nome e inclusive que dizem exatamente a mesma merda e vendem que nem pastel na feira.
Digo que a molecada não esta errada, mas pararam de fazer rock, estão pop, estão limpos e não criam nada de original, ou vai me dizer que você nunca ouviu falar em Menudo?
Pergunte pro seu pai o que é rock, ele vai te dizer uma coisa bem diferente do que as grandes rádios de hoje ou a incrível MTV te convence ser.
Um belo exemplo a ser dado é o grande bam bam bam da produção Sr. Rick Bonadio, sempre defendendo suas razões e as bandas que lança com unhas e dentes, ele diz em sua página no twitter que procura coisas diferentes e músicos com talento.
Infelizmente as últimas bandas que o Bonadio teve a idéia de assinar são uma repetição interminável do mesmo som, mesmo estilo e do que vende atualmente.
Coitados do Mamonas Assasinas que devem estar se remoendo no túmulo vendo o que veio das mãos do cara que gravou seu primeiro cd, como exemplo, a última contratação da Midas, o “talentoso” Replace.
Enquanto você, que rala trampando para cacete e ainda fazendo um som no final de semana com o maior esforço, ta aí sem nenhuma oportunidade, pode ter certeza que tem cem "thcurminhas" pagando para por a cara na TV com algo de doer no ouvido de qualquer um.
O underground está se elitizando, o sujo se torna limpo e a verdadeira postura radical só aparece na hora de alguém lhe cobrar um preço para um espaço de divulgação de seu trabalho.
É venda de ingresso, espaço para um banner, taxa de inscrição em festival, gravação de uma ep entre mil e outras maneiras aonde é muito simples explorar quem tem audácia para ser uma banda de rock hoje em dia.
Não que de repente tudo deve ser uma instituição filantrópica, mas falar que hoje ficou mais fácil é um ledo engano, ficou mais barato sim para gravar uma música, uma ep e até mesmo um clipe, porém para seu trampo vingar ele deve vir maquiado e sem a sua assinatura, apenas o seu potencial para vender.
Comercial não é abandonar as raízes do rock, talvez seja apenas o cansaço de dar tanto a cara à tapa em troco de nada, enquanto para outros basta um contato certo ou uma taxa simbólica para burlar a fila do LAB MTV.
O que se perdeu na verdade foi o reconhecimento, substituído pelo clichê e pelo modismo, perdeu-se o sonho, trocado pela postura de chegar lá sem nenhuma pedra no caminho.
Aproveito aqui para denunciar um esquema malandro que até hoje é uma incógnita para mim e outras pessoas que caíram nessa, a coletânea virtual Digital Jukebox, patrocinada inclusive por um outro site da cena que é o “Punknet”.
Foram mais de 100 bandas inscritas, convidadas e analisadas por “profissionais” que pediam apenas uma taxa de inscrição no valor de R$40,00 por depósito bancário.
Prometida para dezembro de 2009 a coletânea até hoje não foi pro ar, seu host de hospedagem na UOL foi cancelado e não ficou sequer alguma explicação para aqueles que investiram seu dinheiro pelo espaço e esperam até hoje o seu som divulgado na coletânea.
Investiguei entrando em contato com algumas bandas “grandes” anunciadas na coletânea que jamais souberam ou receberam alguma notificação de sua participação. O Senhor Gabriel Bottino, que entrou em contato com as bandas, se mostrou provavelmente uma figura fictícia representando uma empresa que não existe, chamada Digital Arts, com loja virtual no Ekon para pagamento e tudo mais.
Foi um golpe bem executado, porém pouco lucrativo, pois somente para pagar a divulgação da coletânea deve ter saído um bom dinheiro, fica agora a pegunta: porque até agora não foi dado uma explicação para as bandas do não lançamento da Digital Jukebox?
É simples responder que foi mais uma maneira de explorar aqueles que sonham com um espaço, mas e a PUNKNET?
Até hoje o site se mantém no ar e não respondeu emails e sequer divulgou uma nota de esclarecimento de como os responsáveis pela coletânea sumiram de um dia para o outro, e com o nosso dinheiro.
Se você foi mais um a ser enganado por estes picaretas, entre em contato com a Snarf Mídia . Já temos um bom pessoal se mobilizando em minha responsabilidade, para cuidar do caso e denunciar os sacanas que estão por trás de tudo.
Este é o mundo underground, este é o rock de hoje, e se você imagina que só se dá neste gênero musical esta enganado, isso é coisa de ser humano, ganancioso por natureza.