terça-feira, 19 de junho de 2012

A verdade inconveniente - DEAD FISH

‎"Primeiro eles te dão um Estado, depois eles te dão um Governo, depois eles te dão uma Família, depois eles te dão uma Policia, depois eles te dão uma Gangue, mas você quer mudar tudo e resolve montar uma banda, porque o mundo precisa ser mudado, mas ai o tempo passa, passa e nada acontece e ai vêm o pior da história, você vai se tornar tão mentiroso, tão corrupto, tão gordo e infeliz como eles..."

Rodrigo - Dead Fish - 2005





E os anos se passaram e o que essa cara falou se tornou verdade, me deparo com este vídeo hoje no meio do expediente e encaixou como uma luva, tomei um verdadeiro tapa na cara, aqui estou eu sete anos depois contribuindo e sendo conduzido pelo mesmo sistema que sempre lutei contra, gordo e infeliz em grande parte.


Tenho muito o que agradecer logicamente, mas o erro é exatamente nossos sonhos e objetivos se tornarem atividades de lazer e segundo plano e nossa vontade de mudar ao mundo foi substituída simplesmente pela vontade de conseguir pagar todas as nossas contas no final do mês.

Por isso eu digo, NUNCA deixe de ser quem você é ou lutar pelo que você acredita!
Ame o que você quer fazer mais do que nunca e não desista...
È isso crianças...

Riccelli Adriel

Resenha: "Oceania" The Smashing Pumpkins: O novo álbum da abóbora que nunca é esmagada !

Posso dizer tranquilamente que "The Smashing Pumpkins" é uma das minhas bandas prediletas e de maior respeito, fui arrebatado nos anos 90 por diversas de suas singles e pude curtir na virada do século muitas das minhas fossas embaladas com seus clássicos como "Disarm" e "Mayonaise", alíás se tem uma música que possa simbolizar boa parte da minha transição da infância para o começo da pré-aborrecência este som sem dúvidas é "1979".

E me diz quem ainda não se revoltou ou quebrou alguma coisa ao som de "Bullet With a Buterfly Wings"

Um dos meus trabalhos musicais no qual mais me dediquei recebeu o nome de "Avadore" por diversos motivos, inclusive carregar uma certa referência aos Pumpkins do Billy Corgan, sim, falo desta forma apesar de admirar também imensuravelmente James Iha, D'arcy e Chamberlin, mas a grande verdade é que essa banda sempre foi em toda essência praticamente um homem só.

Logico que outros músicos dão sim o tempero e o caldo ao som, mas o que digo e afirmo de maneira absoluta após conferir o "Oceania" na integra é que apesar da saída do baterista Jimmy Chamberlin, o som que sempre conhecemos ainda esta ali, logicamente com uma roupagem dependendo do estado de espírito de Corgan, como foi a fase "gótica" de "Adore", a feliz do projeto paralelo dos Pumpkins "Zwan" ou até mesmo a de revolucionário a la American Idiot de "Zeitgeist" e o que encontramos nesse novo album é o que nós parece um estado de paz e tranquilidade, devemos bater sim palmas pois diferentes de muitos o líder dessa banda não desistiu e continuou sozinho o sonho que ainda acreditava.

Oceania não é tão espetacular quanto o seu predecessor Zeitgeist que marcou a volta da banda, inclusive nas paradas da Billboard após um hiato de mais de 8 anos sem novidades, o disco tem suas qualidades e passa uma mensagem totalmente diferente, é para ser curtido na calma, talvez não procurando exatamente ouvir uma "banda de rock" e não que isso seja uma crítica, é para quem procura "The Smaghing Pumpkins" e vai se surpreender ao acabar encontrando! A voz, as guitarras e as composições de Billy Corgan estão lá, um baixo delicado e competente da Nicole Fiorentino que substituiu a baixista Ginger do ultimo álbum e também já conseguimos identificar as guitarras características de Jeff Schroeder que enfim parece tomar seu lugar como guitarra da banda neste album e não só uma sombra de James Iha, vale ressaltar também a bateria de Myke Byrne que não impressiona e também não decepciona.

A faixa de abertura "Quasar" assusta e faz a gente se questionar se é mesmo o cd do SP, porém a coisa melhora na segunda "Panopticon" e você encontra o Pumpkins enfim no terceiro som "The Celestial" uma balada acústica/elétrica que Billy Corgan canta com emoção e mais uma vez perdemos um pouco do que conhecemos nas faixas decorrentes, substituídas por canções um tanto apáticas, mas que transmitem exatamente a sensação de tranquilidade que já relatei acima, em "Oceania" música que dá titulo ao album, o  trabalho começa a se tornar mais chamativo novamente e enfim temos mais um pouco do que já reconhecemos de longa data, até as imitações de backing vocals da D'arcy estão presentes acompanhando a melodia, talvez esta a faixa menos "desplugada" até então e que me recordou um pouco "United States" do disco anterior em seu fim.

Aliás,fica muito difícil resenhar este trabalho dos caras sem comparar ao disco anterior, afinal foi o marco de "retorno" da banda sem membros originais e ambos são absolutamente diferentes em teor de peso e proposta, após a faixa 9, o disco parece mudar de rumo e tomar outra vertente, é como se banda finalmente tivesse plugado as guitarras no amplificador, mais elétricas, animadas e com a cara da banda em boa fase, "The Chimera" ( Minha favorita do bolachão) , "Glissandra" , "Inkless" vão muito bem e abrem espaço para o som que fecha a obra "Wildflower" tradicional psicodelía repetitiva na voz de Corgan que casa muito bem com o clima do álbum se encerrando em fade out.

Como conclusões gerais, Oceania é um álbum para ouvir em um dia frio pra quem caça material inédito da banda, é de longe o seu melhor, nem supera seu anterior, porém não deixa de ser um trabalho bom, que começa devagar e vai melhorando de acordo com a sua degustação, acredite, na segunda audição se torna muito agradável  e causa o efeito de querer ouvir mais uma e mais uma vez !

O disco faz parte de um trabalho maior chamado "Teargarden by Kaleidyscope" uma coletânea de 44 músicas lançadas direto pela internet, porém Oceania tomou corpo e ganhou versão física como album!

Vida longa ao Corgan e sua persistência, a única abóbora que não se permitiu ser estraçalhada, a gente ainda fica na fé de mais uma reunião, apesar de saber que seria "impossível", então que prospere os novos "Punpkins"...

Ouça aqui - Oceania na integra !